quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Frase do dia

# Escrever é estar no extremo de si mesmo.

                        (João Cabral de Melo Neto)

 

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terça-feira, 6 de setembro de 2011

Frase do Dia

# Aquilo que nos fere é aquilo que nos cura. A vida tem sido muito dura comigo, mas ao mesmo tempo tem me ensinado muita coisa.

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sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Literatura Contemporânea


            1. Momento histórico


Nas últimas décadas, a cultura brasileira vivenciou um período de acentuado desenvolvimento tecnológico e industrial; entretanto, neste período ocorreram diversas crises no campo político e social.
Os anos 60 (época do governo democrático-populista de J.K.) foram repletos de uma verdadeira euforia política e econômica, com amplos reflexos culturais: Bossa Nova, Cinema Novo, teatro de Arena, as Vanguardas, e a Televisão
A crise desencadeada pela renúncia do presidente Jânio Quadros e o golpe militar que derrubou João Goulart colocaram fim nessa euforia, estabelecendo um clima de censura e medo no país (promulgação do AI-5; fechamento do Congresso; jornais censurados, revistas, filmes, músicas; perseguição e exílio de intelectuais, artistas e políticos). A cultura usou disfarces ou recuou.
A conquista do tricampeonato mundial de futebol em 1970, foi capitalizada pelo regime militar e uma onda de nacionalismo ufanista espalhou-se por todo o país, alienando as mentes e adormecendo a consciência da maioria da população por um bom período de tempo: "Brasil - ame-o ou deixe-o", a cultura marginalizou-se
Em 1979, um dos primeiros atos do presidente Figueiredo foi sancionar a lei da anistia, permitindo a volta dos exilados. Esse ato presidencial fez o otimismo e esperança renascerem naqueles que discordavam da política praticada pelos militares daquele período.
Na década de 80 inicia-se uma mobilização popular pela volta das eleições diretas, que só veio a concretizar-se em 89, com a posse de Fernando Collor de Mello, cassado em 1991.
As condições adversas desse período não mergulharam o país numa calmaria cultural. Pelo contrário, assistimos a uma produção cultural bastante intensa em todos os setores.

2. Características gerais

● Reformulação da "arte pela arte", objeto artesanal (forma disciplinada);

● Valorização do ritmo e da forma;

● Temática humana universal, valorização do homem (universal);

● Ausência de sinais de pontuação;

● Valorização do espaço em branco;

● Estrutura ideogramática, apelo à comunicação não-verbal;

● Aproveitamento da linguagem de propaganda, de recortes de jornais, revistas, etc.

● Valorização da pintura, escultura, música e decoração;

● Mensagem geometrizada;

● Leitura pluridemensional, leitura não discursiva;

● Valorização da palavra em si, contra o verso como unidade rítmica;

● A reformulação do poema que não deverá ser outra coisa, senão poema:

● Aproveitamento do tape, do cinema, da fotografia (imagens).

            3. Poesia Contemporânea

Na poesia, duas constantes: o aprofundamento da reflexão sobre a realidade                   e a busca de novas formas de expressão. Mantendo a tradição da poesia discursiva, temos a permanência de nomes consagrados como João Cabral de Melo Neto, Adélia Prado, Mario Quintana, entre outros autores, que ao lado de novos poetas procuraram aparar arestas em suas produções.
Verifica-se ainda a permanência da poesia concreta. O aproveitamento dos espaços em branco na folha de papel e dos recursos gráficos, a sonoridade das palavras, as relações entre significado continuam a desafiar tantos poetas consagrados quanto jovens talentos.
Deve-se salientar ainda a importância da poesia marginal, que tanto se desenvolve fora dos grandes esquemas industriais e comerciais de produção de livros.

4. Prosa Contemporânea

No romance, o regionalismo continua um filão muito rico e produtivo. Trabalhado com maior ou menor intensidade, também tem servido como pano de fundo a alguns autores que se consagraram recentemente.
Mas quem roubou a cena nos últimos anos, utilizando uma estrutura de romance policial e/ou histórico, foi Rubem Fonseca.
Ainda na prosa, as últimas décadas assistiram à consagração das narrativas curtas – a crônica e o conto. O desenvolvimento da crônica está intimamente ligado ao espaço aberto a esse gênero imprensa.
Por outro lado, o conto, analisado no conjunto das produções contemporâneas, situa-se em posição privilegiada tanto em quantidade como em qualidade.

5. Teatro, Cinema e Televisão Contemporâneos

No teatro, a situação política solicitou, ao mesmo tempo, a criação e desintegração de grupos conceituados. Em 1948, surgiu o Teatro Brasileiro de Comédia (TBC), responsável pela formação de um sem-número de artistas, quase sempre trabalhando com técnicas e textos importados. O teatro modernos, no entanto, assumiu sua função social, voltando-se para o questionamento da realidade brasileira.
A década de 1960 assistiu a uma proliferação de grupos teatrais, que espalhados por todo o Brasil, intensificaram suas atividades após o movimento de 64. Entre os mais importantes estão, além do Teatro de Arena, o grupo do Teatro Oficina e o Grupo Opinião. Com o AI-5 (Ato Institucional nª 5, de 1968) e os ataques de grupos de extrema direita, desmantela-se o teatro de resistência. 
Por fim, uma referência ao cinema, que desde 1963/64, com o movimento do Cinema Novo, tem se dedicado, com excelentes resultados, à adaptação de obras literárias brasileiras e a televisão que não se manteve alheia a essa tendência e passou a fazer adaptações de romances, peças de teatro, contos e crônicas, apresentadas na forma de novelas, minisséries ou mesmo isoladamente

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Concretismo


1.    Momento histórico

Acompanhado o progresso de uma civilização tecnológica e respondendo às exigências de uma sociedade impelida pela rapidez das transformações e pela necessidade de uma comunicação cada vez mais objetiva e veloz, as décadas de 1950 e 1960 assistiram ao lançamento de tendências poéticas caracterizadas por inovação formal, maior proximidade com outras manifestações artísticas e negação do verso tradicional. Procurava-se, assim, o “poema-produto: objeto útil”.
A poesia concreta foi lançada oficialmente em 1956, com a Exposição Nacional de Arte Concreta, realizada no Museu de Arte Moderna de São Paulo. Entretanto, os três poetas que iniciaram as experiências concretistas – Décio Pignatari, Haroldo de Campos e Augusto de Campos – já se encontravam agrupados desde 1952.
Entre os precursores brasileiros dessa tendência são citados Oswald de Andrade (que produziu poemas radicais, rompendo com “o vicio retórico nacional”, herdado, principalmente, do século XIX) e João Cabral de Melo Neto (“linguagem direta, economia e arquitetura funcional do verso”).

2. Características gerais

Partindo da assertiva de que o verso tradicional já havia encerrado seu ciclo histórico, a poesia concreta propõe o poema-objeto, em que se utilizam múltiplos recursos: o acústico, o visual, a carga semântica, o espaço tipográfico e a disposição geométrica dos vocábulos na página. Os concretistas perceberam uma “crise do verso”, que correspondia a uma crise geral do artesanato diante da revolução industrial.
Um dos traços mais importantes da modernidade da poesia concreta é aquele que procura mexer com o leitor, exigindo dele uma participação ativa, uma vez que o poema concreto permite uma leitura múltipla. Dessa forma, o poema constitui-se num desafio e o leitor transforma-se em co-autor.
Apresentamos, a seguir, algumas passagens do Plano-piloto para a poesia concreta, documento-programa do movimento, publicado em 1958:
● poesia concreta: produto de uma evolução critica de formas dando por encerrado o ciclo histórico do verso, a poesia concreta começa por formar conhecimento do espaço gráfico como agente estrutural.
● poesia concreta: tensão de palavras-coisas no espaço-tempo.
● estrutura dinâmica: multiplicidade de movimentos simultâneos.
● o poema concreto comunica a sua própria estrutura: estrutura-conteúdo. O poema concreto é um objeto em e por si mesmo, não um intérprete de objetos exteriores e/ou sensações mais ou menos subjetivas. Seu material: a palavra (som, forma visual, carga semântica).
● poesia concreta: uma responsabilidade integral perante a linguagem. Realismo total, contra uma poesia de expressão, subjetiva e hedonística. O poema-produto: objeto-útil.

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Modernismo III Fase



1.    Momento histórico

1945. Fim da II Guerra Mundial, inicio da Era Atômica com as explosões de Hiroxima e Nagasáqui. A crença numa paz duradoura manifesta-se na criação da ONU. Mais tarde, é publicada a Declaração dos direitos do Homem. Logo depois, tem início a Guerra Fria, período marcado pela hostilidade e permanente tensão política entre as grandes potências mundiais.
1945. Fim da ditadura de Getúlio Vargas, inicio da democratização brasileira. Convocam-se eleições gerais, os candidatos apresentam-se, os partidos são legalizados, sem exceção. Logo depois, inicia-se um novo tempo de perseguições políticas, ilegalidades, exílios.
A literatura brasileira também passa por profundas transformações, surgindo manifestações que representam muitos passos adiante e, outras, um retrocesso. O tempo, excelente crítico literário, encarrega-se da seleção.
A prosa, tanto nos romances como nos contos, segue o caminho já trilhado por alguns autores da década de 30, em busca de uma literatura intimista, de sondagem psicológica, introspectiva, com destaque especial para Clarice Lispector. Ao mesmo tempo, o regionalismo adquire uma nova dimensão com a produção fantástica de João Guimarães Rosa e sua recriação dos costumes e da fala sertaneja, penetrando fundo na psicologia do jagunço do Brasil Central.
Na poesia, a partir de 1945 ganha corpo uma geração de poetas que se opõe às conquistas e inovações dos modernistas de 1922. A nova proposta é defendida inicialmente pela revista Orfeu, cujo primeiro número, lançado na primavera de 1947.

2.    Características gerais

Negando a liberdade formal, as ironias, as sátiras e outras “brincadeiras” modernistas, os autores de 45 se dedicam a uma poesia mais “equilibrada e séria”, distante do que eles chamam de “primarismo desabonador” de Mário de Andrade e Oswald de Andrade. A preocupação primordial é o “restabelecimento da forma artística e bela”, os modelos voltando a ser parnasianistas e simbolistas. A participação social também era destacada nos poemas da época.

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Modernismo II Fase - Prosa


O período de 1930 a 1945 registrou a estréia de alguns nomes mais significativos do romance brasileiro. Assim é que, refletindo o mesmo momento histórico e apresentando as mesmas preocupações dos poetas da década de 1930, encontramos autores como José Lins do Rego, Graciliano Ramos, Rachel de Queiroz, Jorge Amado e Érico Veríssimo, que produzem uma literatura de caráter mais construtivo, mais maduro, aproveitando as conquistas da geração de 1922 e sua prosa inovadora.
As transformações vividas pelo país na Revolução de 1930 e consequente questionamento das tradicionais oligarquias, os efeitos da crise econômica mundial e os choques ideológicos que levaram as posições mais definidas e engajadas formavam um campo propício ao desenvolvimento de um romance caracterizado pela denúncia social – verdadeiro documento da realidade brasileira -, em que as relações do “eu” / mundo atingiam elevado grau de tensão.
A produção literária desta fase pode ser dividida em dois tipos de prosa:
• Regionalista: destaca-se os temas que falam da região Nordeste, a miséria, a seca, o descaso dos políticos com essa região. Esta propensão tem início com o romance A bagaceira, de José Américo de Almeida, em 1928. Os principais autores regionalistas são: José Lins do Rego, Jorge Amado, Rachel de Queiroz e Graciliano Ramos.
• Urbana: tendência na qual a temática é a vida das grandes cidades, o homem da cidade e os problemas sociais, o homem e a sociedade, o homem e o meio em que vive. O principal autor é Érico Veríssimo no início de sua carreira.

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Modernismo II Fase - Poesia


1. Momento histórico

A segunda fase do Modernismo brasileiro estende-se de 1930 a 1945. Período extremamente rico, tanto termos de produção poética quanto de prosa refletem um conturbado momento histórico: no plano internacional, vive-se a depressão econômica, o avanço do nazifascismo e a II Guerra Mundial; no plano interno, Getúlio Vargas ascende ao poder e consolida-se como ditador, no Estado Novo. Assim, a par das pesquisas estéticas, o universo temático se amplia, incorporando preocupações relativas ao destino dos homens.
            A década de 1930 começa sob forte impacto da crise iniciada com a quebra da bolsa de valores de Nova Iorque, seguida pelo colapso do sistema financeiro internacional: é a Grande Depressão, caracterizada por paralisações das fábricas, rupturas nas relações comerciais, falências bancárias, fome, miséria e desemprego generalizados. Assim, cada país procura solucionar internamente a crise, mediante a intervenção do Estado na organização econômica.  Ao mesmo tempo, a depressão leva ao agravamento das questões sociais e ao avanço dos partidos socialistas e comunistas, provocando choques ideológicos, principalmente com as burguesias nacionais, que passam a defender a adoção de um Estado autoritário, pautado por um nacionalismo conservador, por um militarismo e por uma postura anticomunista e antiparlamentar – ou seja, um Estado fascista, como ocorreu na Itália de Mussolini.
            No Brasil, 1930 marca o fim da República Velha e o início do governo de Getúlio Vargas, que contava com o apoio da burguesia industrial, desenvolvendo uma política de incentivo à industrialização e à entrada de capital norte-americano, em substituição do capital inglês.

2. Características gerais

● Verso livre e poesia sintética
● Nova postura temática - questionar mais a realidade e a si mesmo enquanto indivíduo
● Tentativa de interpretar o estar-no-mundo e seu papel de poeta
● Literatura mais construtiva e mais politizada, que não quer e não pode se afastar das profundas transformações ocorridas nesse período.
● Surge uma corrente mais voltada para o espiritualismo e o intimismo (Cecília Meireles, Murilo Mendes, Jorge de Lima e Vinícius de Morais)
● Aprofundamento das relações do “eu” com o mundo
● Consciência da fragilidade do eu - "Tenho apenas duas mãos / e o sentimento do mundo" (Carlos Drummond de Andrade - Sentimento do Mundo)

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